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Blog Vencer a Doença de Crohn

Blog que acompanha a evolução da (minha) doença de Crohn, e que aborda temas/assuntos relativos à doença.

Blog Vencer a Doença de Crohn

Blog que acompanha a evolução da (minha) doença de Crohn, e que aborda temas/assuntos relativos à doença.

28
Jan19

Limite do desconforto

Limite desconforto.jpg

 

Hoje quero abordar uma das limitações da nossa doença. Uma limitação que provavelmente também se estende às pessoas que têm colite ulcerosa e outras doenças não relacionadas com os intestinos.

 

Pelo título dá para perceber mais ou menos do que estou a falar, mas deixem-me explicar isto um pouco melhor.

 

A doença de Crohn impõe uma série de limitações na nossa vida na forma de alimentos que não podemos comer, emoções que não podemos ter e medicamentos que temos de tomar, entre outras. Se pudéssemos ou conseguíssemos controlar estas três coisas, principalmente as duas primeiras, teríamos uma vida normal. Mas o que é uma vida normal sem boa comida? Ou sem emoções? E em que se tem de tomar 10 comprimidos por dia? Até é possível viver sem comer certos alimentos, mas haverá algum humano no mundo que não tenha emoções? Não me parece...

 

Como é óbvio não podemos ceder à doença, é literalmente impossível. Então comemos em restaurantes com amigos e familiares (em que os menus só têm coisas que nos fazem mal), bebemos álcool, choramos a ver filmes, zangamo-nos com outras pessoas, temos discussões, preocupações e às vezes esquecemo-nos de tomar os comprimidos. E como consequência dessas ações e comportamentos temos dores de barriga e uma série de complicações.

 

Mesmo com estes problemas temos de continuar a viver a vida e isso implica sair de casa mesmo quando se está com diarreia e/ou dores de barriga. Temos de viver com estes problemas no dia a dia, mas a partir de que momento é que a doença nos para? A partir de que momento é que o desconforto se torna tão grande a ponto de afetar o que estão a fazer? Onde está a linha vermelha que separa o suportável do insuportável?

 

Reparei que fazia estas conceções à doença há algum tempo. Estou habituado a ir jantar a restaurantes quando estou com dores de barriga, ou a não ir à casa de banho embora esteja com vontade porque estou com outras pessoas e não posso ir para casa, ou porque tenho que fazer algo importante e estou longe de casa e só há casas de banho públicas.

 

Mas depois há aquelas momentos em que não consigo suportar o desconforto, mesmo não sendo oportuno tenho de parar tudo e ir à casa de banho porque estou com uma vontade impossível de suportar, ou porque estou com imensa comichão naquela zona ou porque não sei se me estou a borrar todo ou é suor. Algumas vezes é só impressão e acabo por ir ao wc sem haver necessidade, daí a pergunta de onde fica a linha que separa a ação da inatividade?

 

Esta conversa toda porque há uns meses atrás enquanto ia à casa de banho de um centro comercial estava a pensar o quão não normal era a situação em que estava e como a maior parte das pessoas não tem de passar por isso, tendo a doença há 22 anos estou tão habituado a estas coisas que as vejo como normais. Mas não são! Estou tão habituado a viver com desconfortos que só reparo neles quando se tornam insuportáveis.

 

Alguém já tinha pensado nisto? Também sentem o peso do desconforto?

 

23
Jan19

Peso meeeeeega atrasado: 65,6 kg

Embora tenha um alarme no telefone para fazer estas publicações de 3 em 3 meses não estava perto da balança quando recebi o dito alarme, e depois como tenho uma memória de galinha nunca mais me lembrei de fazer esta pulicação. O peso deste mês é 65,6 kg:

 

Peso 65.6 kg.jpg

 

Conclusão? Estou a ganhar peso, e não é musculo! 😫 Estou a engordar!!!

 

Peso 65.6 kg.gif

 

O natal não foi bom conselheiro, mas não é só devido às coisas que comi nessa altura que comecei a engordar. Mas sim, fartei-me de comer porcarias 😂.

Lembram-se como há uns meses atrás eu me estava a queixar de umas crises esquisitas em que eu não percebia bem o que se estava passar? Acho que encontrei a fonte dos meus problemas, e ela é a salada! Sim, eu sei que já tenho tempo de doença suficiente para ter juizo e saber que não se deve abusar das fibras mas, mas, mas......... yap, sou mesmo burro 🤦‍♂️😓.

 

O culpa era das saladas. E o problema dessas saladas de alface que andava a comer é que umas vezes não faziam mal nenhum, outras vezes de um momento para o outro era o fim do mundo.

 

Enventualmente lá percebi o que se passava e tive de alterar significativamente a minha dieta e passar a comer mais hidratos de carbono para compensar os vegetais que deixei de comer. 

Também estive um pouco doente (até tive de tomar antibiótico) o que me fez estar ainda menos ativo e portanto o resultado é um aumento do peso e massa gorda bastante grande. E não estou nada feliz com isso, é estranho ter passado a maior parte da minha vida até agora com dificuldade em ganhar peso e agora acontece-me extamente o oposto 😫. E desculpem estar com esta conversa secante e talvez até um pouco ofensiva para aqueles de nós que têm dificuldade em manter o peso 😩.

 

Mas o mais importante é que as crises que andava a ter ficaram resolvidas e ando muito melhor, mais bem disposto, menos dores e más disposições. E isso faz com que eu me sinta mais confiante e calmo, e menos frustrado. E isso tudo junto faz diminuir ainda mais os efeitos da doença.

 

Conclusão, estou muito melhor da doença 😃 e isso faz com que fique melhor da doença 🤣.