Noite quente
Esta noite que passou foi tudo menos calma. Deitei-me com muito frio, tanto frio que o meu corpo tremia por todos os lados. Não sabia eu as temperaturas que o meu corpo estava a atingir, caso contrário, teria feito algo. O frio era tanto que dei por mim dentro da cama, com todos os lençóis e cobertores à minha volta, todo muito bem enchouriçado! Mas não chegou, eu tinha frio, liguei o aquecedor e ainda vesti uma sweat shirt por cima da t-shirt que já tinha vestido, também não me esqueci de tapar a cara com os lençóis para que nenhum calor saísse dali.
Às 2h40 (da manhã claro) acordei com um pouco de calor, estava a começar a passar a febre. Pus o termómetro debaixo do braço e esperei, o apitar apressado do termómetro indicava que a febre era alta, olhei para o mostrador e indicava 39,6ºC! E já não estava na altura mais quente da noite, certamente que atingi os 40ºC!!!
Fui a correr à cozinha tomar um ben-u-ron de 1g. Reparei que o meu coração não batendo muito depressa batia com força. Senti todas as batidas do meu coração, uma por uma, e no meio de todo aquele delírio provocado pela febre comecei a divagar sobre a morte. Com o coração a bater daquela maneira e com tanta febre o que acontecia se eu tivesse o ataque cardíaco? Sei que estava a exagerar, mas na altura não me pareceu, comecei a imaginar-me a ter de gritar pelos meus pais enquanto ainda tinha alguma energia nas veias, ao mesmo tempo que estaria a esmurrar o peito para tentar fazer a minha bomba voltar a bombear. Confesso que houve ali um pequeno pânico durante algum tempo.
Entretanto já o antipirético tinha começado a fazer efeito, a febre baixava, e como resultado directo estava eu com um calor imenso, demorei umas boas duas horas a adormecer porque não conseguia encontrar uma posição em que uma qualquer parte do corpo não ficasse muito quente em contacto com os lençóis.
Acordei agora, sem febre, provavelmente devido ao efeito do comprimido. Sinto na boca aquele sabor a doente, sabem do que estou a falar?