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Blog Vencer a Doença de Crohn

Blog que acompanha a evolução da (minha) doença de Crohn, e que aborda temas/assuntos relativos à doença.

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Blog que acompanha a evolução da (minha) doença de Crohn, e que aborda temas/assuntos relativos à doença.

15
Nov17

Parti um dedo do pé

Raio X dedo do pé partido

 

Aviso à navegação: Este post não vai ser sobre a sobre a doença de Crohn e é longo, mas prometo que vai ter piada - pelo menos para todas as pessoas além de mim! .

 

Às vezes parece que o mundo nos caí em cima e tudo o que podia correr mal corre pessimamente. Infelizmente nas últimas semanas fui confrontado com um desses períodos , entre os vários azares que tive achei que era interessante contar esta história 

 

Como o título indica, parti o dedo do pé. Da. Forma. Mais. Estúpida. Possível. 

 

 

Acordei para o que parecia ser mais um dia como os outros. Não liguei a luz porque não queria incomodar a Maria, levantei-me o mais silenciosamente que foi possível, agarrei na roupa que tinha deixado de parte no dia anterior e pé ante pé dirigi-me para a porta, no final do corredor estava prestes a agarrar o puxador da porta quando.... DOORRR . Tive um daqueles momentos:

 

 

 

Foi uma dor bastante forte, mas não foi a pior dor que já tive na vida. Já tive dores de barriga bem piores, não sei até que ponto tive sorte em ter partido apenas um osso pequeno, partir ossos maiores deve ser mais doloroso. A dor era parecida com a dor que se sente quando se bate com o pé num sítio duro com bastante força, com exceção que em vez de a dor começar a reduzir passados uns minutos, esta ficou num nível elevado durante 1h - 1h30.

 

Mas já me estou a adiantar!

 

Voltando atrás, saí do quarto a coxear e fui para a casa de banho, sentei-me na sanita e olhei para o pé.......... 

Tinha o dedo mindinho ligeiramente virado para fora . Foi nessa altura que pensei que tinha partido o dedo. Percebi que estava impossibilitado de conduzir, o pé doía bastante quando o pousava normalmente, a única alternativa era chamar um táxi ou "pedir boleia" à Maria. Como ela estava a dormir decidi despachar-me porque podia ter de ir para o hospital a qualquer momento quando ela acordasse.

 

Tomei banho com imensa dificuldade, volta e meia pousava o pé e via estrelas. Saí do banho, vesti-me e vim para a sala, sentei-me no sofá com o pé para cima e fui à Internet pesquisar sobre dedos partidos. Diziam para por o pé alto, por gelo - não me atrevi a andar mais com o pé a doer daquela maneira, não quis ir à cozinha - e esperar algumas horas para ver se a dor persistia para se perceber se o dedo se tinha mesmo partido. Ao mesmo tempo também fui ver as notícias - e qual é o meu espanto - noticiavam que era dia de greve dos médicos com a adesão a rondar os ~75% na zona sul, se a memória não me falha. Pensei numa das últimas que fui ao hospital e estava lá um senhor, com uma situação que eles consideraram não ser grave, à espera à 6h para ser atendido!!!! E ia eu para lá num dia de greve com um dedo ligeiramente torto??? Nunca mais saía de lá...

 

Decidi esperar que a Maria se levantasse, confesso que não tive coragem de a acordar com algo que na verdade podia não ser nada, e de qualquer forma qual era a solução? Passar um dia inteiro num hospital a apanhar infeções hospitalares?  

 

Quando ela acordou já não sentia dores quando tinha o pé imobilizado, quando o pousava a conversa era outra, mas a dor era muito menor do que a que tinha sentido inicialmente. Falei-lhe da greve e ela arranjou uma forma de me desenrascar, fui fazer o RX com uma máquina para animais . Pelo caminho ia a pensar no que era melhor: não ter o dedo partido e fazer figura de "mariquinhas" ou ter mesmo o pé partido e depois ter o problema de, bom..., ter o dedo partido.

O resultado do RX é visível na imagem que está lá em cima, não havia dúvida nenhuma que o dedo estava partido. O diagnóstico do meu dedo partido foi feito numa clínica veterinária!!!! 

 

Bom, agora que já sabia que tinha o dedo partido tinha que tratar dele, saber os cuidados que tinha de ter etc, e obviamente que um veterinário não era a pessoa indicada para o meu problema! Procurámos um ortopedista num Hospital privado e conseguimos marcar uma consulta por telefone, disseram que a consulta custava €50. Quando chegamos ao Hospital afinal o preço da consulta era €70!  Falámos com a senhora da receção que chamou uma enfermeira e ela disse que nestes casos a única coisa que se faz é "atar" o dedo partido a um dedo do lado que não esteja partido. Fiquei a pensar um pouco e não fazia sentido estar a pagar €70 para um médico me dizer que tinha o dedo partido (que eu já sabia) e para uma enfermeira me fazer um curativo... Ia ser o curativo mais caro da minha vida . Então vim-me embora e a "enfermeira namorada" é que prendeu os dois dedos um ao outro.

 

Marcámos uma consulta para o médico de família para daí a dois dias. O médico confirmou o que já sabíamos, tinha o dedo partido. O curativo estava bem feito, e também tinha feito bem em evitar esforços, por o pé para cima etc. Só falhei em não ter posto o gelo, mas como também quase não tive hematoma, não deve ter feito muita diferença. Esta semana vou fazer um RX ao pé - num sítio para pessoas  - para confirmar se está a cicatrizar bem, e também vou fazer análises ao sangue. Já estou a conseguir andar como deve ser, apoio o pé quase na sua totalidade, estou bastante confiante na recuperação. 

 

E pronto, é esta a minha história do pé partido, espero que tenham gostado .

 

04
Jul17

Infames paragens de digestão, encontrei a solução?

 

crises 2017.png

 

E a minha saga das paragens de digestão continua! Ontem voltei a ter outra, comecei a ficar mal disposto, ligeiras cólicas e blá blá blá blá...

 

Mas desta vez decidi pesquisar no google "como tratar paragens de digestão" e encontrei este site. Que dizia:

 

O que fazer quando pára a digestão?

 

A primeira coisa que devemos fazer quando pára a digestão é deitar e levantar as pernas.

 

Eu já estava a ficar mesmo muito mal disposto mas pensei, porque não experimentar?

 

Deitei-me na cama de pernas para a parede apoiadas na cabeceira da caa para fazer menos força. Passados ~5 minutos já me estava a sentir melhor, e a sonolência horrível que tinha começou a passar.

Tenho ideia de ter lido algures que devia ficar nessa posição 1h30, mas não encontro o site no histórico do browser, portanto estou um pouco na dúvida se não delirei relativamente a esse facto?...

De qualquer forma fiquei nessa posição durante 1h40, aproveitei para ler um livro.

 

Passado esse tempo levantei-me e a má disposição tinha passado por completo. A barriga estava a fazer alguns barulhos, mas nada mais do que isso, dormi bem. Hoje acordei "impecábel".

 

Será que passei estes últimos anos a sofrer a cada 2 semanas quando a solução era apenas deitar-me de pernas para cima? Daqui a 2 meses digo se resultou na crise seguinte . Tenho de ver se não me esqueço de falar disto com o médico quando marcar uma consulta.

 

05
Ago15

Pentasa = problemas nas articulações.

Faz muito tempo desde a ultima vez que tomei Pentasa (ou qualquer outro medicamento relacionado com Crohn) mas há uns tempos atrás a barriga não estava muito boa e tomei durante 3 dias. No dia seguinte ou dois dias seguintes apareceu outra vez a dor no pescoço! Do lado esquerdo, na articulação. Conseguia mexer a cabeça completamente para a direita mas quando virava para a direita doía, e ainda dói um pouco. Já deve ter passado mais de uma semana e a dor está a passar lentamente, ontem comecei a aplicar Voltaren para ver se acelerava a recuperação porque de manhã estive a tirar um cortinado e a dor que quase não existia voltou com alguma força.

 

Eu já nem me lembrava de ter tido problemas ao tomar o Pentasa não fosse o comentário do Paulo num post de há mais de um ano atrás.

 

Para mim as conclusões estão tiradas, este medicamento inflama-me os tendões ou algo do género e não o volto a tomar. Quando for ao médico conto-lhe isto e peço para voltar ao Salofalk.

 

E vou voltar para a tese...  Muito trabalhinho!

26
Ago13

Irrita-me quando...

Não me recordo de ser assim antes, no geral sou uma pessoa muito calma e para me tirarem do sério é preciso um esforço pela parte da entidade desafiante muito grande, mas depois há aquelas coisas que fazem um clique e passo-me completamente da cabeça e fico irritadiço e com vontade de começar às cabeçadas à cais-do-sodré a torto e a direito.

 

Uma dessas situações aconteceu recentemente, há coisa de três dias, e suponho que o facto de ser com pessoas próximas funciona como agravante ao meu estado de espírito. Estava a dizer que me estava a doer uma determinada parte do corpo (não acho os pormenores relevantes), e começam a rir-se na minha cara e a duvidar do que disse. E salta-me a tampa! Quando digo que tenho dores é porque tenho dores PONTO FINAL PARÁGRAFO. Se há coisa que nós, doentes de Crohn, percebemos é de dores e muitas vezes estou com dores e fico calado ou faço um esforço enorme para parecer o mais normal possível em situações sociais para não estragar o dia aos outros (visto que o meu nessa altura já está estragado), não brinco com dores, são um assunto muito sério e não ando à procura da atenção dos outros.

 

Segunda situação, (não me recordo se cheguei a escrever sobre isto na altura).Virem-me dizer que têm um estômago muito sensível e que quando comem isto ou aquilo ficam muito mal dispostos e bla bla bla, até aqui tudo bem? Tens alguma doença diagnosticada? Não? Então faz-me um favor e não venhas fazer o choradinho de como a tua barriga é sensível a uma pessoa que já quase morreu por causa de uma doença de intestinal e que DE FACTO tem alimentos que não pode comer e já teve de ser operado e já teve todo o tipo de complicações desde inflamações nos olhos a pancreatites, e não anda por aí a fazer-se de coitadinho. Por favor..., pessoas que o único problema que têm é ser esquisitas não me venham fazer choradinhos e ainda terem a lata de dizer "não sei como é contigo", olha, comigo é grave e está diagnosticado há 17 anos. Na altura fiquei sem palavras e nem respondi mas acho insultuoso para todos nós que sofremos diariamente haver uma pessoa a dizer o que ela me disse.

 

E a ti o que te irrita?