Estava a ler artigos sobre Crohn quando me deparei com esta notícia, que achei tão interessante que tive de a partilhar aqui no blog.
Então foi assim: Um senhor estava com dores de abdominais há dois dias e portanto decidiu ir ao médico. O médico mandou fazer uma TAC para se perceber o que passava. Ao analisarem as imagens da TAC verificaram que as paredes do intestino do senhor apresentavam algum espessamento, e no meio desse espessamento estava uma estranha mancha preta... Mais tarde veio-se a descobrir que o senhor gostava muito de comer azeitonas e que recentemente tinha engolido uma inteira acidentalmente.
A parte realmente interessante/engraçada da notícia é que para se confirmar que a mancha era de facto uma azeitona, fizeram uma TAC a uma........... azeitona! . Estou a imaginar o exame, a perguntarem à azeitona se é alérgica ou se já teve algum efeito adverso com o contraste .
O senhor não sabia que tinha DC, e se não tivesse engolido aquela azeitona inteira só teria ficado a saber que tinha DC quando a doença estivesse num estado mais avançado - o que seria pior para a saúde e mais difícil de tratar. Proponho que se passe a usar o teste da azeitona para diagnostica DC (ou não) . Assim bastou tomar medicação para desinflamar o intestino e a azeitona acabou por sair com as fezes, não havendo necessidade de se fazer uma cirurgia.
Vou fazer uma TAC daqui a pouco (coluna) e pela primeira vez fui "presenteado" com esta declaração, estranhei porque já fiz umas 4 ou 5 aqui e nunca me pediram isto. Será que foram postos em tribunal?
Fica a informação para quem no futuro também tiver que fazer.
ps: Fotografias tiradas com o telemóvel em cima do joelho ficam com este aspecto.
Já há algum tempo, vários anos, que penso em todos os RX e TAC que fiz por causa da doença e nos efeitos secundários que estes me vão provocar ao longo da vida. Peço desculpa pela confusão que é o post que se segue mas como não percebo muito do assunto tive de por as referências em todos os passos de modo a que possam ir à fonte das informações sem influência da minha interpretação das coisas. (Para piorar tinha feito um post quase inteiro e devido à M***A do wordpress perdi 1h de trabalho de pesquisas e escrita).
Em primeiro lugar aconselho a que se leia este artigo sobre o impacto da radiação ionizante. Dele quero salientar algumas coisas (simplificadas, visto estes serem assuntos complexos):
As radiações emitidas pelas substâncias radioativas são principalmente partículas alfa,partículas beta e raios gama.
Raios X são fotões entre 100 eV e 100 keV, enquanto que raios gama são fotões com energias acima de cerca de 100 keV. Fonte
A unidade Sievert (Sv) mede os efeitos no corpo e é cumulativa, o facto de se deixar passar um grande espaço de tempo entre dois exames não reduz o seu impacto no nosso corpo.
Estamos expostos da radiação natural todos os dias, alguma provem do espaço outra do ambiente à nossa volta. Certamente que a maioria de nós está familiarizada com a necessidade de se arejar casas feitas em granito (julgo serem estas).
De seguida mostro uma tabela tirada daqui que mostra os efeitos de vários exames radiológicos e a comparação com a radiação natural:
Note-se que fazer uma TAC abdominal equivale a 7 anos de radiação natural! Eu antes da operação fiz três TAC's, isto quer dizer que recebi o equivalente a 21 anos de radiação natural!! Também se percebe que as radiografias nos membros têm um impacto negligenciável, mas no tronco já não é tão simples.
Também encontrei um artigo cientifico sobre o efeito da radiação nos Doentes de Crohn e de Colice Ulcerosa, há um resumo aqui. É em inglês e não tenho tempo para estar a traduzir por isso quem tiver dificuldade pode dar um salto ao tradutor do google..
Resumindo:
Não é um assunto alarmante mas convém ter cuidados e moderar as doses de radiação a que estamos expostos. Destas e outras fontes que li mas que não referi no post percebi que há muita controvérsia à volta deste assunto e muitos estudos a decorrer que tentam obter dados mais precisos.
Mas o importante a reter é que não nos devemos sujeitar a doses de radiação desnecessárias que poderão ter consequências mais tarde nas nossas vidas.